sábado, 26 de maio de 2012

Diário: um gênero discursivo


Não falaremos sobre as estruturas linguísticas que demarcam o gênero em questão sem antes enfatizarmos um aspecto que se atribui não somente a esse gênero, mas aos demais de uma forma geral – o fato de eles se fazerem presente nas redações requisitadas mediante processos seletivos de concursos e vestibulares. O que geralmente se atesta é que, depois de uma diversificada coletânea, ora retratando um determinado tema, são apresentadas ao candidato (a) algumas opões, nas quais ele terá a oportunidade de optar por este ou aquele gênero discursivo.
Assim, em face dessa realidade, torna-se imprescindível que você se mantenha familiarizado (a) com as marcas linguísticas que norteiam a variedade de gêneros que permeiam as diversas situações sociocomunicativas, seja na modalidade oral, seja na escrita. Apoiados tão somente nesse intento é que iremos conhecer mais um gênero: o diário.
Partindo do pressuposto de que alguns aspectos são determinantes na materialização dos gêneros (tais como “o quê?”, “por quê?” e “para quem?”), o diário se caracteriza como um texto no qual temos a oportunidade de registrar ideias, opiniões acerca da realidade que nos cerca, expressar sentimentos de uma maneira geral, bem como registrar fatos ocorridos no cotidiano.
Dada a realidade de que o interlocutor se revela pela própria pessoa que escreveu o diário, a linguagem nele empregada não segue os padrões formais, podendo pender para um tom mais espontâneo, coloquial. O uso da primeira pessoa do singular torna-se preponderante e a estrutura costuma não ser rígida. Contudo, normalmente, o que se verifica é o uso do vocativo (como, por exemplo: querido diário), demarcado logo após a data. Como já exposto, o diário muitas vezes não se dirige a alguém, em específico, no entanto, pode ser que a intenção se manifeste por um interlocutor determinado, sendo esse real ou fictício.
O diário pode se tornar um importante e valoroso documento histórico, haja vista que pode retratar uma determinada época ou mesmo registrar fatos do dia a dia de uma pessoa que faz ou fez parte da sociedade, como é caso do livro Quarto de despejo – Diário de uma favelada, de Carolina de Jesus, uma catadora de papel que viveu na favela de Canindé, São Paulo. Nele podemos atestar a árdua luta pela sobrevivência, retratada pelas pessoas que “clamam” por melhores condições de sobrevivência.

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